quinta-feira, 30 de junho de 2011

Carta Ao Coração


Eu rodei os livros da estante, no instante em que você me deixou. Procurando palavras de conforto que servirão de conselhos para um coração torto que se quebrou.

Pobre coração, eu lhe disse, tenha cuidado que o amor é um jogo de cartas marcadas e, quem aposta, sempre perde tudo. Saiba que amor vai blefar com você mais de uma vez, espero que estejas preparado. Você vai conhecer mulheres inesquecíveis e não vai conseguir dar o devido valor. Sofrerás na mão do amor, o teu arqui-inimigo e aliado, mas uma hora a de acabar. Vai fazer juras de amor eterno para um amor que nem é tão eterno assim. Vai se iludir como uma criança em seu primeiro show de mágica, e mesmo quando adulto continuará se iludindo. Vai dizer aos quatro cantos que encontrou a mulher da sua vida, mas a vida é grande demais pra uma mulher só. Vai trair e ser traído e quando tiver tudo acabado vai sentir uma vontade de ligar, mas você não vai deixar a saudade vencer os seus princípios. Vai mentir, exageradamente, dizer que nunca esteve melhor, que deu a volta por cima, mas não sabe em cima de quem. Depois que a bagunça passar, vai achar que encontrou uma zona de conforto. E quando menos esperar, num sorriso torto, vai se apaixonar e se perder de novo. Pobre coração, eu lhe disse, tenha cuidado que o amor é um jogo de cartas marcadas e, quem aposta, sempre perde o rumo.

sábado, 18 de junho de 2011

Ensaio Sobre O Fim


Memórias foram jogadas no lixo e as últimas coisas que fiz neste plano, foram interrompidas. Eu podia ter feito de outro jeito, ter visto por outro lado e ter tomado outra direção e agora, eu não tenho direito de me arrepender, assim, como não tive o direito de escolher como seria. Eu não atravesei a rua, eu não cheguei do outro lado, eu não sei como terminou o dia.